sábado, 27 de dezembro de 2008


Caríssimos, fiz outro blog...Sinceramente não sei porque, já que não costumo escrever...Deveria! É eu sei, afinal o blog antes de mais nada serve para que possamos expor o que sentimos, mas eu entendi que : Porque me expor ao ridículo se posso usar poetas que dizem o que em meus maiores devaneios, eu gostaria dizer?

Pois é, mas seguindo o concelho de uma amiga, resolvi ser eu mesma... não parafraseando ou plagiando ninguém...sendo EU! pura e simplesmente...

Sei que deve ser uma decepção a vocês de fato...mas em todo caso...Ninguém nunca disse que a vida seria facil, ou que vocês seriam poupados de ler as minhas entrelinhas um tanto.....Esdúxulas

Em fim!....pretendo manter os dois Blogs ....eu acho...Mas confiram o http://rascunhosepalavras.zip.net/

Abraços..

Capitu

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Tentado ser ...Mas sendo outra...Sendo Feliz!


Poema do amigo aprendiz


Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender! ( a ser só amiga)
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças, (e de sorissos)
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...
Fernando Pessoa

domingo, 14 de dezembro de 2008


SONETO CV


Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Palavras, Papel e Amor...




Poema

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor,
se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).


Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Procure os seus caminhos e a Felicidade!


Procure os seus caminhos,
mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Além do tempo!



Houve, em tempos remotos, um amor tão forte e tão puro , que os séculos não foram capazes de apagar. Um amor através dos tempos, que em seu próprio tempo, não foi capaz de se concretizar.Tardes ensolaradas, noites de lua cheia emolduram tão formoso pesar, uma jovem que sofreu demais e um homem que não soube amar...Um amor perdido, um amor vencido,mas um novo começar. Talvez sim...Talvez não.Bonita! Bonita sim ela era. E ele não era? Sim deveras...Mas proibido ele era, sim proibido para ela...Triste história, venho lhes contar, a história de um amante e uma amada, de um padre e uma rejeitada ,de um amor impossível que a morte aguardava...França era o palco desse amor, século XVII sim a muitos anos atrás de fato. Cinza e cor se contrastam, tristeza e amor também, mas não me delongarei a contar lhes também, tal desencontro. Seria tão poético quanto Os Maias, tão intenso como Dama das Camélias, tão sublime quanto Hilda Furacão.Eis a história que se inicia!Em Paris havia uma jovem, tão triste, tão pobre, que de seu padrasto apanhava, principalmente agora que sua mãe lhe faltava, possuía 5 irmãos,tão lindos tão amorosos, que sempre a alegravam e enxugavam seus olhos. Um belo dia decidiu lutar, e seus irmãos ajudar levá-los dali, quem sabe algo melhor encontrar, mas suas esperanças e sonhos não pode realizar, pois a França era severa e de seu convívio tirou o que de mais belo era dela, a alegria!Seus irmãos se perderam dela, quando a “justiça” veio os levar, para convívio de outros que ela nem poderia imaginar, um orfanato, sim foi para lá que eles os levaram enchendo seus olhos de pesar. Sem mais vontade de lutar, ela ficou a perambular pelas ruas, sujas, fétidas tristes, cinzas a se lamentar, mas mal sabia ela , que tudo estava apenas por começar...Ele, um rapaz formoso, garboso e muito religioso surgiu em sua vida, um homem de Deus, um sacerdote, um homem entregue a própria sorte.Moça jovem de beleza limpa, doce, casta , foi entregue a nefasta sorte de moças sem ninguém por elas, um home vil, rude, ardil, a seduz com promessas, com histórias, com comida algo que seu estomago a muito implorava, mas esse homem a explorava e ela acabou tendo sua pureza roubada e nessa vida escrava, lançada.Tão bela, tão ingênua, achava que o que fazia era normal, o que uma pobre moça de 16 anos poderia fazer afinal, sem estudo, sem amor? Aqueles longos cabelos encaracolados e negros, emolduravam uma pele cálida, pálida de olhos sensacionalmente verdes vivos, lívidos de paixão, um corpo esculpido pelos Deuses, esguio, frio e quente e extremamente atraente, que enlouquecia os homens da cidade luz. E o seu corruptor, sabia tirar proveito disso, mas a maltratava em troca, a machucava, a humilhava. Até que aquele sacerdote a veio salvar socorrê-la, absorvê-la de seus pecados e tirar suas dúvidas sobre o certo o errado e coisas do céu e da terra.Ele, seu Anjo mais velho, a trouxe novamente para os braços da pureza e felicidade, o homem que lhe trouxe as letras e as melodias, e lhe ensinava tudo o que precisava saber, que a tirou dos braços daquele homem vil...Mas o que um pobre homem de Deus poderia fazer com uma moça impura aos olhos dos homens? Infelizmente tomado de amargura e impotência ele a levou para aquela que ele julgava menos ruim a sua doce protegida, mas mal sabia ele que aquela Meretriz , doidevana seria tão má para sua pobre ovelhinha quanto o outro homem , pois esta era tomada da luxuriosa inveja que corrompe e corrói a alma e que só se sentiu realizada ao tomar o mínimo da dignidade da pobre moça.Tirou-lhe tudo, a dignidade, os ganhos , as vestes, lhe deixando apenas a alma pura intacta, e um penhoar vermelho. Desiludida pela sorte e aturdida por um sentimento que a cada dia a sufocava, ao se deparar com os olhos castanhos de seu sacerdote, tudo mais era silêncio, tudo mais era vazio, tudo mais era calma.Sentia a fria sensação do molhado, quando em suas tardes ensolaradas caminhava sozinha pelas ruas mal acompanhadas de Paris, até seu local preferido, as margens de um rio com a ponte a emoldurar. Refletia, pensava, sentia era amor o que possuía em seu peito, que a sufocava em noites de desespero e que sabia não ser merecedora, e que não podia querer o amor de um homem servo de Deus, seria pecado?Não! Seria sim, um grande segredo...Segredo esse compartilhado por esse sacerdote, que se viu envolvido e confundido pelos encantos e desencantos da moça, que lhe era tão meiga, tão doce...Já não sabia discernir caridade, amizade da força do sentimento, da paixão e do sofrimento, imediato a isso...O medo se instalou em seu ser, o medo do pecado, o medo de se envolver. Se viam agora constantemente, ele sempre levava conforto e abrigo a ela e ela alegria que pouco lhe restava, levava a ele...Eis que um fatídico dia, enquanto ele sorria, ela não mais agüentou o que sentia, segurou em suas mãos frias e de toda sua alma proferiu: Françoise , senhor! Algo dentro em mim já clama em desespero, já não posso esconder esse sentimento que me corrói por inteiro, tenho que desabafar, com você eu aprendi a amar, a doar-me ao próximo a caridade pura a verdade plena e a bondade infecunda, que jamais pensei que haveria de existir, mas meu coração clamou por mais e ainda clama, clama por acordar todas as frias manhas e seus olhos cor de mel encontrar mirando os verdes pálidos meus, clamando por ver seus cabelos e sua barba quase loiros à sua face emoldurar e poder finalmente esta pele tocar, sem receio , sem medo de errar, quero estar ao seu lado na alegria na tristeza na saúde e que Deus o livre, na doença, sufoca-me em demasia esse sentimento e dele não posso mais cuidar pois em suas mãos meu coração e a minha vida há de estar ...E para sempre! Perdoe essas palavras de agonia de uma serva em pecado, mas são as verdades mais secretas de meu ser e a pouca alegria que minha alma ainda pode ter, por isso, peço que não faças pouco caso de tais sentimentos e mais, não os leve para os laços fraternais , pois o que sinto é amor e paixão e sinto com todas as forças do meu coração...Dizer que Françoise ficou aturdido, seria um ínfimo grão de areia em sua ampulheta que corria depressa deixando-lhe pouco tempo de reação. Dias se passaram e a Pobre Laura, achava que nunca mais veria seu santo amado...Mas estava enganada ele a apareceu, mas com noticias cortantes para um coração apaixonado, pediu-lhe 3 meses para reflexão, disse que iria para a santa casa de Deus em Lion seu conservatório seu monastério. A cabeça dele dava voltas já não sabia o que pensar, o que sentir, se deixar-se entregar era o que seu corpo pedia, recusar era o que sua mente clamava, a viagem era longa e 3 meses também poderia ser tempo demais, mas a jovem disse que esperaria com amor e esperança, mesmo acerca de maus tratos e desconfianças ela esperou, mas não foram três como ele profetizou, mas 6 meses o que seu pobre corpo não agüentou!E chorou, chorou como nunca, se sentiu rejeitada mais uma vez, sentida, largada, mau amada e sofreu, apanhou ,se sujou e lutou contra a dor que a consumia.O Jovem padre se decidiu, demorou, mas decidiu esse amor viver plenamente, desistiu do sacerdócio e rumou novamente para Paris, mas infelizmente seu erro foi demorar de mais, esperar demais, pensar demais e não se entregar de vez à sentimentos que já haviam sido cravados no se intimo, em seu ser...Chegou e decidiu desfazer-se das vestes de santo e incorporar o homem comum o pecador o imperfeito, rumou para a paróquia para se trocar e encontrar sua amada na ponte que ela tanto apreciava.O tempo é traiçoeiro e ingrato, foram 5 minutos, 5 injustos minutos que separaram pela eternidade um amor que tinha tudo para ser pleno e belo. Laura desgostosa da vida decide privar-se de mais sofrimento, ignorante do retorno de seu amado vai de encontro a morte a angústia de quem vive, a solidão triste fim de quem ama, até sua ponte, desistiu, sim ela desistiu de tudo por ser fraca e na agüentar mais tanta dor. Colhe uma linda rosa vermelha sua tão amada rosa vermelha e trazia consigo um pergaminho e uma pena, e descreveu naquele pequeno pedaço de sentimento, a tristeza que a consumia por um amor não correspondido, sentou-se no para-peito da ponte e escreveu em poucas linhas o que sentia: -Não posso mais viver sem te ter, te ver e não poder tocar, e saber que meu amor você nunca vai retornar, esperei uma espera dilacerante 3 meses mais sofridos que 16 anos de dor e aqui me despeço de você meu amor, mas saiba que te amarei eternamente!O ex-sacerdote corre de encontro a sua felicidade contida mas uma dor no peito o antecipa da partia de sua doce moça solitária, ele encaminha-se perdido em sensações ao avistar uma rosa e um papel, já possuído por uma tristeza incomum ele lê as palavras carregadas de ressentimento e amor e não entende o porque daquela peça pregada pelo destino, debruça-se no para-peito e avista boiando calmamente no lago, sua doce amada coberta por um penhoar vermelho, e junto com sua morte sua alegria foi com ela e uma lágrima rolou! Nunca mais se viu um homem que de tanta tristeza, morreu anos depois com a certeza de seu amor, um dia, reencontrar...